Nos Jardins das Acácias



Seres viventes no corpo
Dormentes na insanidade da mente
Anestesiados na alma
Abandonados aos espíritos
Que neles comprazem sua obsessão
Não habitam mais o mundo das manifestações
Apenas andam pelos jardins durante o dia
Sem noção pra onde vão ou voltam
Em gestos repetitivos de condicionamentos
Aprisionados pela loucura que de alguma forma
Engatilhou nos pensamentos alucinados
Pelo turbilhão da rede que emana os sentidos
Seres vegetativos que esperam por nada
Sem nada querer, sem nada ter, sem nada ser
Apenas levam choques-estímulos para de repente
Acordarem para o mundo real, irreal aos seus olhos
Entorpecidos pelos medicamentos
Não conseguem se movimentar com coordenação
Entre mãos que se batem e rebatem
Entre sons e gritos de socorro da alma perdida
Por entre os jardins caminham com roupa de doente
Sem pensarem na sua demência, na indiferença da vida
Seu passado ficou esquecido pela memória destruída
Seu presente é apenas físico, no corpo que ainda resiste
Seu futuro é incerto, inexistente, dissolvente, degenerativo
Pelos jardins do manicômio sua loucura é certa
Mas, seu olhar está perdido no além de um mundo distante
Quem poderá entrar pra te buscar e te salvar?
Outros insanos como você!?





Comentários

  1. Bom dia Helem!

    Lindíssimo poema!
    Me deixou arrepiada!
    Belíssimo Blog!
    Parabéns!!

    Lindo domingo!

    Beijos,
    Elaine Crespo

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Agradeço sua atenção.

Helen De Rose