A noite é uma desvalorização do dia,
não há sentido quando a morte é uma vadia
Uma vadia que tira a vida dos sentidos,
deixando a ausência tomar conta dos esquecidos
Dos esquecidos sem finalidades, sem porquês,
depreciam-se com as sombras da sua mesquinhez
Sua mesquinhez dissolve-se na cova da sua escrita,
de princípios e critérios absolutos cravados numa cripta
Numa cripta onde as palavras vivem seu lado abissal,
despedaçadas pelos golpes da deterioração sepulcral
Sepulcral é a revelação da verdade sem fundamentos
Diga lá! Iconoclasta! Deus está morto? Está tudo permitido nos sepultamentos?
Nos sepultamentos sem premissas, sem as asas da liberdade?
Então, troque suas entranhas por seu hedonismo, sua decadente verdade
Verdade que revela o lado abissal das palavras aterrorizantes,
estimulando reações claustrofóbicas e desânimos mortificantes
Mortificantes palavras que assombram as páginas igual açoite
que castiga, sem perdão, a vadia da morte até chegar a noite.
Helen De Rose
*Lançamento em 20/08/2014 - CBJE - Rio de Janeiro
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Agradeço sua atenção.
Helen De Rose