Folha solta no ar


A inconsciência salta dum abismo lunar
transforma o ouro nas águas profundas do passado
e navega nos oceanos da dualidade da presente intuição.
Cada estação solar traz uma mensagem para decifrar 
quando a consciência lúcida procura por um aprendizado 
do crer ou não crer pelos caminhos da desmistificação. 
As dúvidas são iguais veleiros navegando num mar 
e o coração é uma folha solta no ar quando não está amarrado 
pela Lei que rege toda a natureza e a sua justificação. 
No silêncio, conseguimos ouvir o vento e a vela namorar 
enquanto o veleiro roda o mundo sem ficar parado 
buscando um significado inevitável para cada sensação. 
Quando amarrado num porto, por suas escolhas sem pensar 
o tempo se faz algoz do seu corpo e o olhar hipnotizado 
misturando os sentimentos depois de uma transformação. 
A ventania é um presságio alarmante do que pode chegar 
e a destruição é uma prova para quem não foi aniquilado 
na renúncia do que se tem para avançar na evolução. 
Enquanto a noite vem, ainda há uma folha solta no ar 
e, depois do amanhecer, ainda vejo um anjo alado 
querendo navegar no vento onde o tempo vira um eão. 
Os mergulhos na existência nos mostram como podemos avançar 
em cada dimensão existente aqui ou do outro lado 
conhecendo a nós mesmos e tudo o que permeia esta compreensão. 


Helen De Rose

*Lançamento 20/10/2015 - CBJE (Câmara Brasileira de Jovens Escritores) - Rio de Janeiro.


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